É impossível perder saudavelmente em poucas semanas os quilos acumulados durante meses ou anos. As dietas que levam a essa perda fazem recomendações nutricionais sem fundamento científico e com efeitos prejudiciais para a saúde: alterações metabólicas, défice de vitaminas e minerais... E ao abandoná-las desencadeia-se um efeito io-io: volta a ganhar mais peso do que o perdido. Existem três grupos de falsas dietas "milagrosas":
Hipocalóricas: reduzem as calorias à custa de um desequilíbrio nutricional. Recomendam a ingestão de um alimento descartando outros imprescindíveis.
Excluentes: excluem certos nutrientes por, supostamente, engordarem mais. Aqui encontram-se as que propõem a ingestão excessiva de proteínas e poucos hidratos de carbono.
Dissociativas: separam os alimentos segundo a sua combinação supostamente desadequada. A mais famosa proíbe ingerir proteínas e hidratos de carbono simultaneamente.
Terminado o Inverno, chega o calor e com ele a época em que somos inundados com dietas rápidas que prometem resultados relâmpago e fáceis de alcançar. São prometidos verdadeiros milagres!
Dietas loucas, chás, cremes, produtos naturais... Atenção: constituem vários perigos. Os produtos, mesmo os ditos naturais, na sua quase totalidade não apresentam uma composição química adequada, não são sujeitos a ensaios clínicos, e não há padronização da sua composição (a composição não bate certo com o rótulo). Ao seguir uma dieta maluca não se aprende a comer. Como não ensinam a ter hábitos alimentares e estilos de vida saudáveis, não permitem manter o peso daí para a frente. Quando se perde peso muito rapidamente, não se perde massa gorda mas músculo. Convém saber, que emagrecer não é perder peso, mas sim perder massa gorda. Quanto mais rápido se perde peso, mais rápido e de uma forma brusca se aumenta depois a massa gorda. Quem não conhece alguém que perdeu 15kg e que depois aumentou 25Kg? As promessas que estes produtos/ dietas fazem não passam de publicidade enganosa. Quando nos sentimos enganados, aumenta a nossa ansiedade e frustração. Temos que ter consciência que não existem milagres, e que não se pode desejar emagrecer a qualquer preço. O preço não pode ser a nossa saúde. Mentalize-se que aumenta de peso quando a energia que consome é superior à energia gasta. É preciso aprender a comer e a aumentar a actividade física. Alterar hábitos nem sempre é fácil, e por vezes demora um bocadinho... mas depois os resultados são duradoiros. Pequenas mudanças no estilo de vida têm grandes efeitos.
Consulte um nutricionista, vai ser a ajuda individualizada e específica de que precisa.
A busca do peso perfeito através de milagres pode ter consequências muito sérias.
Estão relatados muitos casos de doença hepática consequentes da toma de medicamentos, chás e produtos ditos naturais para emagrecer. Considera-se hepatite tóxica a lesão hepática causada por inalação, ingestão ou administração parentérica de agentes farmacológicos ou químicos. E neste caso também a proliferação de “produtos naturais”, pode ter consequências deletérias. Os produtos ditos naturais têm também que ser depurados pelo fígado.
Há pessoas mais predispostas a desenvolverem problemas. De uma forma geral as mulheres são mais propensas à hepatotoxicidade. A insuficiência renal, por dificultar a excreção de fármacos ou metabolitos, é uma predisponente óbvia. A obesidade modifica a distribuição e a metabolização de fármacos muito lipossolúveis,e predispõe à existência prévia de esteatose/esteatohepatite.
A proliferação das chamadas medicinas alternativas, e a crença generalizada que os produtos “naturais” são inócuos impedem que muitas vezes estas substâncias sejam consideradas como etiologia de reacções hepatotóxicas. Estão descritos vários casos de hepatotoxicidade causados por ingestão de substâncias derivadas de plantas. Uma referência especial para o sene, usado na prática clínica como laxante, e que pode causar dano hepático.
Existe uma dificuldade marcada para efectuar o diagnóstico, pois para além de apenas 40% dos utentes reconhecerem perante o seu médico que usam este tipo de produtos, a falta de regulamentação impede que, em termos práticos, seja muitas vezes impossível identificar a composição dos “chás” que o doente tomou.
Bem, sim e não. A digestão dos alimentos queima calorias. E é verdade que alguns alimentos, como a toranja e o aipo, contêm menos calorias do que as que são necessárias para digeri-los. Então, quando come esses alimentos, realmente queima mais calorias do que as que ingere. Daí, o termo "alimentos com calorias negativas." Teoricamente, quantos mais alimentos com calorias negativas eu comer, mais peso eu perco! Agora, tudo o que eu preciso é um trabalho que me paga mais quanto menos eu trabalhar, e uma conta bancária que fique maior quanto mais eu gastar! Infelizmente, não é assim que funciona. Aqui está o porquê: Quando o nutricionista estima as quantas calorias que deve comer, já estamos a ter em consideração quantas calorias são gastas na mastigação e digestão dos alimentos. A "dieta de calorias negativas" essencialmente subtrai essas calorias duas vezes. Esse é o tipo de contabilidade que vai fazer você passar cheques em branco. Mas será que comer um monte de aipo e toranja acelera a sua perda de peso? Só se os comer em vez de brownies e batatas fritas. Por outras palavras, não pode comer um brownie e depois queimar as calorias, comendo uma centena de talos de aipo. Coma primeiro o aipo. Com um pouco de sorte, já vai estar muito cheio para comer o brownie. Substituir alimentos calóricos, por alimentos de baixa densidade calorica vai ajuda-lo a perder peso, pois reduz o seu consumo total de calorias. É claro, que também pode perder peso, ao fazer exercício que queima calorias. Mas digerir alimentos com calorias negativas não constitui um programa de exercícios. Não pense nunca que: meia-hora gastos a digerir aipo vai queimar mais calorias do que meia hora na passadeira ou bicicleta. As listas de alimentos com calorias negativas que encontra na Internet são simplesmente listas de alimentos com baixas calorias. E, se está a seguir um plano alimentar de emagrecimento, esse tipos de alimentos são seus amigos.
Calorias negativas: seria bom demais para ser verdade!
As celebridades são uma inspiração para muita gente que deseja emagrecer e chegar ao corpo “ideal”, mas alguns métodos adotados por elas podem ser verdadeiros maus exemplos.
A British Dietetic Association (BDA) divulgou o ranking anual das cinco piores dietas que estão na moda e/ou são adotadas por famosos para se evitar no ano novo. Em primeiro lugar, apareceu a Dieta Dukan, adotada por pessoas como a princesa Kate Middleton.
Considerada a pior dieta da moda e que foi adotada por famosos, a Dieta Dukan existe desde os anos 90, mas ganhou força nos últimos anos após a divulgação de que a princesa da Inglaterra Kate Middleton adotou o método para emagrecer. Além dela, já foi noticiado que a atriz Penélope Cruz e a cantora Jennifer Lopez também são adeptas da dieta. As principais críticas em relação a essa dieta são a falta de comprovação científica, a complicação e a dificuldade de ser seguida, já que ela foi criada para durar a vida toda e por ser dividida em quatro fases. Além disso, a associação reclama da restrição de grupos alimentares, como os hidratos de carbono, que, na primeira etapa, é totalmente proibido, o que pode gerar problemas de saúde, como obstipação, mau hálito e falta de energia. Além disso o tempo de consumo exclusivo de proteínas, aumenta o risco de problemas nos rins e no fígado.
Regimes alimentares ricos em gordura e pobres em hidratos de carbono prometem a perda de peso mas levam consequências negativas na função cognitiva e cardíaca. Segundo o estudo publicado no American Journal of Clinical Nutrition, após esta dieta, testes cognitivos mostraram uma diminuição na atenção e velocidade e perturbações de humor. Do ponto de vista do coração, verificou se a diminuição da molécula fosfocreatina, necessária ao bom funcionamento cardíaco.
Helen Anderson, de 26 anos, morreu depois de durante alguns meses fazer uma dieta à base de sopa e água. A notícia é avançada pela BBC.
De acordo com as autoridades que investigaram a sua morte, Helen morreu devido a uma cetoacidose, uma reacção química criada pelo próprio metabolismo por falta de açúcar. «É uma espécie de envenenamento, que se desenvolve rapidamente, sem que as pessoas se apercebam», afirmou o chefe da investigação Terence Carney.
A cetoacidese é uma acidose observada essencialmente na diabetes e durante o jejum prolongado. Deve-se à acumulação no organismo de corpos cetónicos, produtos resultantes da desintegração dos lípidos utilizados em quantidade excessiva para as necessidades energéticas, em substituição dos hidratos de carbono cujo metabolismo está perturbado ou ausentes da dieta.
Sobre mim
Sou a Ni, sou nutricionista e este é o meu blog. Aqui partilho a minha paixão pelo fabuloso mundo da nutrição. Dizem que este é o melhor blog sobre nutrição do mundo e arredores!