Desfrute das refeições com consciência e prazer. O prazer de comer não é sinónimo de comer muito. Pelo contrário. Ter prazer em comer é, antes de tudo, apreciar aquilo que se come, saborear devagar, desfrutar dos sabores, das texturas, dos aromas dos alimentos.
Esta é uma das razões por que muitos especialistas defendem que, durante as refeições, não deve haver nada que nos distraia do prato que temos à frente. Ver televisão enquanto se come é frequentemente indicado como uma das razões do excesso de peso que existe nas sociedades actuais. Olhar para o ecrã impede-nos de ter consciência não só do que estamos a comer como da quantidade daquilo que colocamos na boca.
" ... tenho 32 anos e desde os 17 que tenho peso a mais. Já experimentei todo o tipo de dietas, e produtos, mas consigo sempre recuperar o peso que perdi. Mas nunca fui a um nutricionista, por achar que as revistas diziam tudo o que precisava saber. Durante anos pensei que passar fome garantia que conseguia emagrecer, não é assim?..."
Não, passar fome não é garantia de sucesso quando se quer emagrecer. Comer proporciona energia para as actividades do dia-a-dia e também para pensar. A fome enfraquece o organismo, que se adapta à restrição reduzindo o consumo calórico. No tempo das cavernas havia períodos de grande carência de alimentos, e desde então, não houve evolução do nosso organismo, que continua a permanecer alerta para garantir a sobrevivência e a ser óptimo a poupar energia. Ao reduzir-se muito a ingestão calórica, o metabolismo baixa, a circulação sanguínea periférica torna-se mais lenta para minimizar as perdas de calor e o ritmo respiratório diminui. Emagrecer com energia e saudavelmente não é passar fome, nem passar por grandes restrições. Apesar de ser um paradoxo, é preciso comer para controlar o apetite e o peso, mas é preciso comer bem e equilibradamente.
Escolham o caminho certo e peça a ajuda certa a um nutricionista; não é milagroso, mas chegam ao destino. Os atalhos são um perigo.
Investigadores da Universidade de British Columbia (EUA) descobriram que observar uma pessoa magra a comer um prato cheio provoca vontade de comer mais. Segundo o responsável do estudo, é como uma permissão para comermos mais: se bem que provavelmente iremos engordar mais do que essa pessoa. Mas há o inverso: ao vermos uma pessoa muito gorda a comer muito, ficamos com vontade de comer menos.
O ideal é em casa, mas se não for possível escolha um local onde possa comer sentado e tranquilamente. Escolha uma emeta com peixe, vegetais, água, azeite virgem e pão integral. Peça menos sal e gordura no seu prato.
Como comer?
Mastigue devagar pois favorece a digestão e aumenta a sensação de saciedade, reduzindo a quantidade de alimentos que ingere. É importante saborear a comida. É também importante que coma várias vezes ao dia, porque o organismo gasta energia na digestão e, além disso, mantém os níveis de glicose no sangue, evitando aumentos bruscos de insulina, que, quando em excesso, provoca aumento de apetite nas refeições seguintes.
Quanto comer?
Coma várias vezes ao longo do dia, pequenas quantidades de cada vez. Lembre-se que comer tudo é diferente de comer de tudo.
Quando comer?
Coma 5 vezes ao dia em pequenas porções em vez de 3 grandes: pequeno-almoço, almoço, jantar e dois lanches saudáveis. De forma a não armazenar gordura, não salte refeições. Muitas horas sem comer consomem músculo e aceleram a flacidez.
Psicólogos da Universidade de Duke, Carolina do Norte, EUA, avisam: atenção às pessoas com quem partilha a mesa! Um estudo revela que os hábitos alimentares se pegam, como uma doença. Conclusões perigosas se consideramos que os humanos são seres sociais que estão acostumados a partilhar refeições. Os investigadores descobriram que somos "copycats" sociais. Os estudos em laboratório mostram que 70% das pessoas escolhiam o mesmo prato que outras que já o tivessem a comer. Da próxima vez que desafiar um colega de trabalho para ir almoçar, pense duas vezes. Não escolha o comilão que não se consegue controlar nem a anoréctica que nem uma salada come. Na verdade, nada disto acontece por acaso. É que o cérebro não percebe de imediato e instintivamente quando é que já comemos o suficiente e o factor visual ajuda-nos, por sistema, a terminar uma refeição. No entanto, se os nossos co-comensais repetem várias vezes o prato durante a refeição, tendemos a comer muito mais.
Sobre mim
Sou a Ni, sou nutricionista e este é o meu blog. Aqui partilho a minha paixão pelo fabuloso mundo da nutrição. Dizem que este é o melhor blog sobre nutrição do mundo e arredores!