Aumente o aporte proteico (um ovo cozido por dia, carne, peixe, leite e derivados, assim como leguminosas frescas e secas, que são excelentes fornecedores de proteínas vegetais).
Os hidratos de carbono, pouco refinados, devem fornecer pelo menos 50% do total de calorias diárias (arroz, massas e pão de mistura devem ser consumidos diariamente).
Deve preferir azeite, óleos vegetais, manteiga sem sal e gorduras provenientes de peixes gordos e de frutos oleaginosos como avelãs, nozes e amêndoas.
Ingerir diariamente hortaliças, legumes e frutos, nomeadamente os mais coloridos.
A couve branca/repolho, a cebola, o alho, as malaguetas e o picante podem dar um sabor intenso ao leite, o que pode desagradar ao bebé.
Beber água (1,5 a 2 litros por dia) e ingerir "pratos" ricos em água e fibras, como as sopas.
Não consumir bebidas alcoólicas e reduzir ou eliminar alimentos muito processados e ricos em aditivos, café, chá preto e outras bebidas estimulantes e/ou ricas em cafeína.
Veja algumas recomendações importantes para a alimentação no pós-parto:
Beba mais água.
Mesmo que já tenha esse bom hábito e ande sempre com uma garrafinha, durante a lactação vai precisar de muito mais. Deve ingerir, no mínimo 3 litros por dia. Prefira água, pois sumos, embora saudáveis, podem ser muito calóricos. Se ingerir chás, evite os que contêm teína, como o chá preto e o verde, pois essa substância passa para o bebé através do leite e pode deixá-lo agitado. Encontra no mercado versões descafeínadas.
Coma de 3 em 3 horas.
Essa regra preciosa é importante para manter a glicemia - taxa de açúcar no sangue - estabilizada, evitando aqueles "ataques" de fome. Às mulheres que amamentam durante a madrugada, recomendo que façam um lanchinho a meio da noite se tiverem fome - um iogurte magro, por exemplo.
Evite alguns alimentos para prevenir cólicas.
Embora as cólicas estejam relacionadas com o amadurecimento da flora intestinal da criança, é possível ajudá-la a transpor essa fase de forma mais tranquila cuidando da alimentação materna. Evite ou ingira com muita moderação alimentos que causam flatulência, como repolho, grão de bico, cebola e doces, pois também podem causar desconforto no bebé. Suspeita-se também que o chocolate possa ter esse efeito.
O panorama dos alimentos infantis é particularmente grave. Uma refeição de papa para bebé contém o equivalente a um pacote e meio de açúcar, e um boião de fruta pode conter quase dois pacotes, embora, neste último caso, uma parte dos açúcares possa provir também da fruta. Se acrescentarmos umas bolachas e um iogurte de aromas, a soma dos açúcares ingeridos pode ultrapassar os cinco pacotes de açúcar num só dia! E é suposto que os bebés não consumam açúcar durante o primeiro ano de vida.
A situação é preocupante porque as crianças estão a formar o paladar. Se forem habituadas, desde cedo, ao sabor doce dificilmenteconseguirão adaptar-se a uma dieta com menos açúcares. É indispensável que os fabricantes e os pais comecem a prestar mais atenção a este aspecto.
Não se compreende porque juntam açúcares à comida para bebé. Ao fazê-lo, estão a educar mal o paladar dos mais pequenos, comprometendo a saúde das novas gerações.
Mães sem dinheiro para comprar leite em pó estão a alimentar bebés de poucos meses com leite de vaca, ou juntam mais água às fórmulas artificiais, o que pode prejudicar a saúde das crianças.
Estes casos são do conhecimento dos serviços sociais da Maternidade Alfredo da Costa (MAC), em Lisboa, que cada vez mais atendem mães com “grandes carências”, a maior parte devido ao desemprego, como disse à Lusa a assistente social Fátima Xarepe.
“Todos os dias recebemos pedidos de ajuda”, disse, explicando que os mais frequentes são para a compra de leite em pó, de medicamentos, como vitaminas ou vacinas que não constam do Plano Nacional de Vacinação, e produtos de higiene.
Estas mães “fazem o melhor que podem”, disse Fátima Xarepe, que lamenta nem sempre a maternidade poder ajudar, nomeadamente no fornecimento de leite em pó, apesar de contar com o apoio da Associação de Ajuda ao Recém-Nascido (Banco do Bebé) e outras instituições particulares de solidariedade social.
A pediatra Cristina Matos conhece esta realidade e as consequências da ingestão de leite de vaca antes de um ano de idade, como gastroenterites.
“Estamos a recuar 50 anos”, disse à Lusa, acrescentando que são cada vez mais as mães que, para o leite em pó render, juntam mais água do que o devido.
Isso mesmo confirmou a enfermeira Esmeralda, que consegue identificar o acréscimo excessivo de água ao leite em pó, principalmente através do atraso no crescimento do bebé.
Segundo Fátima Xarepe, são mais de mil os pedidos de ajuda que os serviços sociais já receberam este ano, e que não se limitam à alimentação dos recém-nascidos.
“Há grávidas que não vêm às consultas de vigilância por não terem dinheiro para os transportes, o que as coloca em risco, assim como aos bebés”, disse esta assistente social, que não tem dúvidas de que estes casos, cada vez mais graves e frequentes, vão aumentar por causa da crise.
Estas profissionais sentem-se impotentes, apesar de tentarem fazer “o melhor” que sabem, pois apesar de o serviço público de saúde ser gratuito para as grávidas, estas muitas vezes não conseguem assumir outras despesas, como é o caso dos transportes.
“Há grávidas que vêm a pé de Chelas [o que pode demorar cerca de uma hora], porque não têm dinheiro para pagar o transporte”, disse.
Este ano, o Banco do Bebé recebeu 3.430 pedidos de ajuda, apoiaram 971 crianças e 62 no domicílio.
Dos cerca de 4.000 partos anuais na MAC, perto de 10 por cento resultam em crianças sinalizadas por estarem em risco de serem negligenciados.
A MAC comemora hoje o seu 80.º aniversário, tendo assinalado a efeméride com uma conferência com o psicanalista Coimbra de Matos, durante a qual este falou sobre a importância de cuidar e amar.
Lusa
5 de dezembro de 2012
Sobre mim
Sou a Ni, sou nutricionista e este é o meu blog. Aqui partilho a minha paixão pelo fabuloso mundo da nutrição. Dizem que este é o melhor blog sobre nutrição do mundo e arredores!