O testemunho da não corredora que fez a maratona de NY com A Minha Dieta
É com o peito a rebentar de orgulho que partilho o testemunho da Joana. É uma guerreira, uma vencedora! Vamos equipa, até à vitória final.
Maratona de NY 16
Aqui fica a história de uma não-corredora tornada em corredora que atravessou a meta da Maratona de Nova Iorque com a dieta da Ni (literalmente)!
Conheci a Ni, em Lisboa, num jantar de amigos, numa altura em que tinha acabado de ganhar a entrada para correr na maratona de Nova Iorque e estava a tentar corrigir os hábitos alimentares. A minha história não é mais uma história de uma perda drástica de peso. Não. A minha história fala acerca de algo mais importante: de uma mudança no estilo de vida aos 33 anos.
Nunca fui atleta. Fiz natação quando era adolescente e pouco mais nas aulas de educação física. A minha relação com o fitness começou numas aulas inofensivas de Bootcamp em 2014. Nessa altura, o meu treinador, Corey Belin, lança-me um desafio: e que tal começares a correr 15min por dia 6 dias por semana?
Why not? Num mês e meio fui de 15 min por dia a 5km por dia. E seis meses depois cortei a linha final da minha primeira meia maratona. A partir daí nunca mais parei de correr. Correr é como o sexo, 5km da muito trabalho mas 15km pode ser muito divertido. E eu, sem querer, tinha acabado de encontrar o meu novo hobby. Correr distâncias, claro.
Treinar para uma maratona é um projeto de vida. A equação do sucesso é simples: corrida qb, muito descanso, alongamentos de manhã e à noite e uma boa dieta. Foi aqui que a dieta da Ni entrou na minha cozinha e o livro dela ganhou um espaço especial numa das minhas prateleiras. Hoje, que sou uma maratonista, deixem-me dizer isto em voz alta: A DIETA É METADE DO TREINO! E, quando se fala em dietas, vamos lá ser sinceros: a palavra mais próxima de nutricionista é... 'fome'. Não haverá, afinal, muitas nutricionistas que lhe deixam manter algumas das suas extravagâncias. Mas a Ni é uma 'game changer'. O essencial? Comer seis vezes por dia porções adequadas ao seu peso e não aos seus olhos. Come-se o que se gosta e esqueça o limite de calorias. Mais: eu nunca fui para a cama com fome. Nunca! O bónus para pacientes mais regrados: manter dois pecados calóricos por semana. Tudo com medida. Mas também não vou mentir: durante o período de transição, o meu corpo manifestou-se. Pudera! Nunca mais pude tomar pequeno-almoço com seis colheres de açúcar. Mas ainda agora escrevi a palavra-chave da dieta da Ni: tudo mas... com medida. Então, ensinei o meu o corpo a aceitar as alterações na dieta. Não é muito diferente de correr pela primeira vez 30 quilómetros. Sim, é possível. Sim, nós estávamos no caminho certo. Sim, eu tinha os ingredientes que precisava. Sim, há persistência. Sim, menos cinco quilos, massa gorda reduzida até 14%, massa muscular elevada para 45%. Eu hoje posso não ter o peso que tinha aos 27 anos, mas estou na melhor forma de sempre. A foto de perfil não deixa mentir. Eu vou poupar-vos os detalhes da minha dieta, o que comi e não comi, e vou contar este episódio: no meio do meu treino surgiu me uma dor aguda na minha perna direita. Parte da receita de curar esta lesão estava também na cozinha. Na altura suspeitava-se que eu poderia ter uma fratura e o Dr Levin, antigo médico da seleção Olímpica Americana, começa a dar-me o ABC do que comer durante o treino. Coisa e tal incluiu la pelo menos um iogurte por dia dizia-me ele. (Acreditem ou não muitos corredores não prestam a atenção à dieta que fazem, ou consomem quantidades limitadas de cálcio.)
Levantei-me da maca e comecei a ler a dieta da Ni, incluindo os três iogurtes que já comia diariamente. “A comer tão bem não vais precisar de muito para terminar a maratona”, responde o Dr. Levin. E eu pensei que essa é uma frase típica que se dá a corredores que seguem uma alimentação regrada. Durante o meu treino + dieta da Ni, eu sentia que tinha mais energia para correr. Eu corria 33k e não sabia o que era ficar dorida pós-corrida. Eu tinha a certeza que era a dieta da Ni que estava por detrás dos resultados e não só as horas que eu corria por semana. Mas a verdadeira lição veio mesmo quando atravessei a linha final.
Terminei a maratona de NYC em 05h09. O fascínio de correr uma maratona é duplo. Primeiro o construir a quilometragem até conseguir correr 42km sem parar. Segundo o corpo humano ao final de duas horas fica sem energias e a mente faz o resto. No meu caso não foi bem assim a última parte. No dia da corrida consumi gel ate às 3h de corrida, depois comi uma banana. E na última hora de corrida, a mais difícil, corri com as minhas reservas de energia, portanto, a dieta da Ni, até atravessar a meta. E, digo mais, corri 42.2km, mas podia ter corrido 50km.
Quando digo isto a outros corredores Americanos eles ficam espantados, como se eu fosse um ser sobrenatural, e perguntam me se segui alguma dieta de um atleta da Eritreia. Nada disso. Só a dieta da Ni: nada de açúcar, café qb, aveia, nozes, manteiga de amendoim, muitos legumes, carnes vermelhas ao almoço apenas e brancas a noite, cavala, iogurte, abacate e até a um pedacinho de chocolate eu tinha direito.
Afinal, quem tinha razão era o Dr. Levin, com a certeza que eu não precisaria de muito mais do que a dieta da Ni para chegar ao final. A única ironia do destino foi esta: portista a correr a maratona de Nova Iorque com uma águia ao peito (símbolo da minha equipa de corrida nos EUA). |
Estás linda, Joana!
Braços de corrida Izoneusa, da qual a Joana é embaixadora nos EUA
Mensagem da Joana: Ni, comprei as calças em Junho. Cheguei a finais de Julho e já não serviam!