Mais de metade dos portugueses sofrem de obesidade
No final da semana passada foram apresentados os resultados do Inquérito Alimentar Nacional e de Atividade Física, realizado entre 2015 e 2016 sob a coordenação da Universidade do Porto e não são nada animadores. Mais de metade da população portuguesa (5,9 milhões de pessoas) é obesa ou está em risco de o ser. A prevalência é exponencialmente maior entre os idosos, já que oito em cada dez sofrem de obesidade ou são pré-obesos. Além de seis em cada dez portugueses serem obesos ou pré-obesos, 80% dos idosos e 50% da população adulta estão em risco de obesidade abdominal que, por si só, é um fator de risco para doença cardiovascular.
A alimentação diária é desequilibrada. Os portugueses consomem mais carne, leite e açúcar e menos produtos hortícolas, leguminosas e frutas do que deveriam. "Um em cada dois portugueses não consome a quantidade de fruta e produtos hortícolas recomendada pela Organização Mundial de Saúde (OMS). A inadequação é mais elevada nas crianças e nos adolescentes", pode ler-se no estudo. Em particular, os adolescentes deixam-se seduzir por refrigerantes, bolos e snacks doces e salgados.
Cerca de 1,5 milhões de portugueses bebem, pelo menos, um refrigerante ou néctar por dia e 41% têm entre dez e 17 anos. Os pais permitem esse consumo em filhos ainda mais novos. O inquérito revela que 7% das crianças com menos de nove anos bebem mais de 220 gramas de refrigerantes e de néctares por dia. Entre os adolescentes, a percentagem de açúcar de adição é de 31%, muito acima da recomendação da OMS (de 10%). De uma forma em geral toda a população consome excesso de açúcar de adição: 15%
A prática de atividade física programada, ainda que por lazer, decresce com o passar do anos. Os portugueses são pouco ativos: apenas 27% fazem uma hora de exercício moderado ou meia hora com intensidade, todos os dias.
O último e único inquérito desta natureza tinha sido desenvolvido em 1980. Há muitos anos que não se olhava para os nossos hábitos de alimentação e de atividade física, mas como diz o outro: vale a pena pensar nisto