09
Ago12
Nem tudo o que é Natural é bom
Ana Ni Ribeiro
Aparentemente, o discurso anti-industrial, que valoriza o Natural e, consequentemente, o tradicional, o biológico, o "da quinta" faz todo o sentido. O processamento dos alimentos, destruindo sabores e incorporando novas substâncias potencialmente perigosas, não se enquadra na cultura de saberes tradicionais. Se aceitar tudo o que é novidade revela falta de critério, a atitude oposta, de tudo rejeitar, também não faz sentido. Na alimentação, como em tudo o resto, deve-se evitar fundamentalismos. A toxina botulínica, é natural, e é a substancia mais tóxica que se conhece. Naturais são também os cogumelos venenosos e as toxinas produzidas por fungos. "Artificial" é por exemplo, esterilizar o leite, desinfectar a água de consumo, e usar frigoríficos e congeladores.
Só uma informação correcta poderá levar o consumidor a fazer as melhores escolhas. E não se reduz os riscos escolhendo a fruta com bicho. A presença do intruso na sua maçã pode bem ser resultado de um tratamento químico mal conduzido e não da ausência deste tipo de substâncias.
Só uma informação correcta poderá levar o consumidor a fazer as melhores escolhas. E não se reduz os riscos escolhendo a fruta com bicho. A presença do intruso na sua maçã pode bem ser resultado de um tratamento químico mal conduzido e não da ausência deste tipo de substâncias.