Desmitificar a barriga de cerveja
Ao contrário do que muita gente pensa, a cerveja é a bebida alcoólica menos calórica, um fino tem cerca de 70kcal, e não deve ser conotada com a célebre “barriguinha”. A maioria das bebidas alcoólicas adquire o seu valor calórico através da quantidade de álcool, e de açúcar em alguns casos - espumantes, vinhos generosos e licores, por exemplo. Não tendo a cerveja açúcar e sendo a bebida alcoólica mais pobre neste calórico nutriente (um grama de álcool fornece 7 kcal, quase tantas calorias quanto um grama de gordura 9kcal) é fácil perceber que não será certamente pelo consumo moderado de cerveja que a barriguinha vai ficando proeminente.
Segundo investigadores suíços, a cerveja contém uma substância que combate a obesidade e melhora a força muscular. O potencial desta molécula, chamada nicotinamida ribósido, foi até agora testado em ratos. Espera-se agora que, estimulando a função mitocondrial com a molécula, os cientistas possam confirmar o aumento da longevidade e os outros efeitos para depois passar às experiências com humanos.
Relativamente às propriedades nutricionais da cerveja, esta é fundamentalmente uma bebida com mais de 90 por cento de água, quatro a cinco por cento de álcool (com excepção das cervejas gourmet) e quantidades vestigiais de fibra solúvel e hidratos de carbono. É uma fonte de vitaminas do grupo B e de alguns minerais destacando-se um ratio potássio - sódio muito favorável e co-responsável (juntamente com o álcool) pelo efeito diurético desta bebida.
É difícil dissociar se a origem dos efeitos positivos na saúde do consumo moderado de cerveja derivam do seu teor em álcool, se de outros componentes nutricionais. Em todo o caso, alguns estudos revelam um menor risco de desenvolvimento de diabetes associado ao consumo moderado de cerveja, tal como uma melhoria da densidade mineral óssea. Neste último caso, para além do efeito positivo do etanol, existe outro mineral específico da cerveja que promove a formação óssea: a sílica. Também na prevenção de problemas cardiovasculares e formação de trombos, a cerveja desempenha um papel significativo sendo o seu consumo regular muito importante para manter este efeito.
Em suma, todas as vantagens descritas poderão ser obtidas respeitando dois critérios no consumo: regularidade (quase todos os dias) e moderação (dois a três copos por dia). A partir de agora, em vez de culpar a cerveja pela “barriguinha”, poderá contar o número de copos em cima da mesa ou o tipo de aperitivos que a acompanhou!