O testemunho que chega de África II
Quem segue o blog já conhece a P., a aprendiz de super guerreira que vivia em África. Ela hoje está de regresso a Portugal, não sabe o que o destino lhe reserva e para onde irá, mas tem certeza que irá mais saudável, que desistir não é escolha e com muito mais crença nas suas capacidades, e deixou-me na caixa do correio mais este testemunho:
"No começo, em Outubro de 2016, acreditar que ia chegar a Julho com menos 12, 300 kg, foi algo que não considerei sequer possível. Talvez porque não criei em mim uma pressão ou um limite muito desenhado ou muito rígido. Ou então, porque achava uma meta difícil de alcançar, pois só dependia de mim e daqueles que comigo faziam parte “da equipa” e desta vez, não havia suplementos A, B, D, …. para ajudar ou desajudar…
Durante estes 9 meses, acreditei, desisti, houve momentos fáceis, outros mais difíceis… Mas o mais positivo destes meses foi a mudança a nível da alimentação, a aprendizagem que se faz pouco a pouco em cada refeição. E a preocupação de que só o cuidado com a alimentação não chega, algum exercício também é necessário e é um bom aleado neste caminho.
Eu própria me autonomeio o monstro das bolachas, dos salgados, dos bolos, ou seja, de tudo o que tenha grandes quantidades de açúcar e talvez a mesma quantidade de sal.
Aos poucos fui aprendendo que eles não faziam mais parte do meu dia a dia e deixei de os ter em casa, e faz lembrar aquele ditado que aprendemos na nossa infância que diz: “longe da vista, longe do coração”.
Ainda não tenho um pensamento super saudável, como diz a Drª Ni, ainda tenho dias de “pecado” e de tentação. Mas sinto que o que aprendi é para a vida e que não quero esquecer ou perder.
Ainda tenho um caminho a percorrer, ainda não chegou ao fim, e acho que isto será para a vida. Pois não aprendemos tudo de uma vez, vamos aprendendo todos os dias mais um bocadinho.
Esta primeira fase iniciei-a no continente Africano, onde nem sempre foi fácil encontrar aquele alimento mais equilibrado e nem sempre havia aquele iogurte que tão boa companhia me tem feito ao pequeno-almoço.
Mas mesmo assim foi possível, eu consegui. Não o consegui sozinha, tive a ajuda de uma equipa espetacular que comigo partilhou casa durante estes 9 meses e que serviram de motivação, de polícias, e festejaram comigo cada grama que fui deixando pelo caminho. Eles foram a presença física, ao longe tive a família que com o seu amor infinito me foram sempre dando força, mesmo quando eu estava a fraquejar e a deixar de acreditar.
Parece que me estava a esquecer de alguém, mas não estou, deixei para o final para lhe dar o lugar de destaque que merece, a Drª Ni, ela foi o pilar desde percurso, foi a nutricionista que me fez refletir e entender onde não estava bem, foi a força que as vezes me estava a faltar e foi quem acreditou em mim quando eu deixei de acreditar.
Numa conversa pontual com alguém que pensa começar percurso igual eu recomendei dois pontos importantes:
- Acredita em ti e quer mesmo mudar, aprender (a comer) e perder (peso);
- Encontra alguém que do outro lado além de nutricionista, é a tua psicóloga, é a amiga e que dá um abraço quando vences e que também te “puxa as orelhas” quando precisas;
Acho que são estes os dois ingredientes essenciais para conseguir e eu tive a sorte de os ter ao meu lado até ao dia de hoje.
Ainda estou longe do objetivo final, mas cada vez mais perto…
Vamos equipa … até à meta final"
Vamos equipa!