Vida sem glúten
A doença celíaca, é uma doença auto-imune que se traduz numa intolerância alimentar crónica ao glúten, presente no trigo, centeio, cevada e aveia. Estima-se que uma em três pessoas da população portuguesa sofra de doença celíaca. Esta doença surge normalmente entre os 6 e os 20 meses, após a introdução de alimentos com glúten, como papas, pão e bolachas, na alimentação. A ingestão de alimentos com glúten leva a que o corpo desenvolva uma reação imunológica contra o próprio intestino delgado. A longo prazo, o não cumprimento da dieta isenta de glúten favorece o aparecimento de cancro do tubo digestivo. Certos estudos indicam que há também uma forte associação entre o não cumprimento da dieta e o surgimento de osteoporose, infertilidade, malnutrição, depressão e linfomas intestinais. Em condições normais, se o celíaco cumprir a dieta de forma rigorosa, o tratamento da patologia não implica a toma de nenhum medicamento.
Em período de crise, como este em que vivemos, torna-se mais difícil cumprir um regime isento de glúten. Este é o único tratamento disponível para estes doentes, mas a falta de comparticipação do estado impede que muitos doentes possam comprar produtos sem glúten, que, geralmente, são mais caros. Como alternativa, é aconselhável confeccionar os próprios produtos em glúten, em casa, para que possa optar por receitas a ser gosto, mais saudáveis e económicas.
Os alimentos proibidos e que devem ser excluídos da dieta são todos aqueles que na sua composição tenham trigo, centeio, cevada e aveia. Nesta lista incluímos pão, bolos, bolachas, massas, iogurtes com cereais, alheira e farinheira, sopas de pacote, cerveja, panados, delícias do mar e ingredientes como o amido dos cereais proibidos, amido, amido modificado, proteína vegetal, fibras alimentares, E-14xx e E-5xx, malte e xarope de malte, extrato de malte, levedura e cereais. Também é necessário ter em atenção os alimentos que, disfarçadamente podem conter glúten na sua confeção, como: charcutaria, pré-cozinhados, molhos e temperos industriais, sobremesas instantâneas, gelados, chocolates, fruta em calda e cristalizada, gelatinas, produtos de soja, natas, manteigas e margarinas. Para que a dieta seja cumprida, deve ler adequadamente os rótulos.
A eliminação do glúten da alimentação permite que o intestino regenere da lesão e o organismo recupere. Mas se houver reintrodução, as inflamações regressam e os sintomas reaparecem, como por exemplo: vómitos, diarreia crónica/ prisão de ventre, alterações de humor, anemia, cansaço.